RubenGonçalves Biologia e Geologia 11ºano

22 março 2007

Península Ibérica é mais antiga do que se julgava ser

A Península Ibérica tem o dobro da antiguidade do que se julgava, revela um estudo baseado numa nova datação do complexo geológico galego divulgado na edição electrónica do diário espanhol El Pais. A descoberta, anunciada por investigadores da Universidade Complutense de Madrid e do Museu de História Natural de Londres, remete claramente o aparecimento da península para antes da chamada explosão da biodiversidade terrestre, há cerca de 500 milhões de anos. Segundo a nova datação, o complexo geológico galego tem 1.160 milhões de anos, o dobro da idade das rochas mais antigas conhecidas até agora em território peninsular (cerca de 590 milhões de anos). Para os investigadores, que consideram os resultados obtidos "surpreendentes " por mostrarem "um cenário inesperado e complexo da geologia galega", só na Austrália, Canadá ou África do Sul existem formações tão primitivas como as do Cabo Ortegal, no extremo noroeste da Galiza. Além disso, afirmam que a descoberta permitirá estabelecer ligações passadas entre os actuais continentes e aprofundar os seus movimentos ao longo da evolução. A rocha datada no Cabo Ortegal, designada vulgarmente como granito negro, formou-se sob a superfície terrestre, a partir de magma, há 1.160 milhões de anos. Para a datação de uma rocha tão antiga, os investigadores tiveram de estudar a concentração de isótopos radioactivos que ela continha. A partir da formação dos minerais que compõem o granito, esses elementos foram-se desintegrando e transformando noutros, como o urânio, que após várias etapas se converte em chumbo. É a relação entre os dois elementos que permite determinar o tempo decorrido até agora e, portanto, a idade da rocha, como aconteceu nesta investigação. Naquela época, o planeta tinha uma aparência "bastante inóspita", não havia animais, nem plantas, só seres vivos unicelulares, a atmosfera quase não continha oxigénio e o Sol era 10% menos brilhante, segundo os autores do estudo. As rochas analisadas permaneceram a grande profundidade até aflorarem quando os continentes, então juntos num único bloco, se dividiram, o que produziu um despenhadeiro de 700 metros de altura no que é hoje o Cabo Ortegal.
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